
Cristiano Ronaldo juntou-se, esta sexta-feira, à selecção portuguesa no estágio de preparação para a Copa do Mundo da FIFA. Depois de cinco dias de férias em que esteve “desligado” do futebol, o avançado do Real Madrid mostrou cautela quanto às ambições lusitanas na competição da África do Sul, defendendo que uma selecção que queira conquistar o título Mundial tem de ter “sete ou oito jogadores a um nível muito bom”.
“Não, não é um dos favoritos”, respondeu Cristiano Ronaldo quando questionado se Portugal estaria entre o lote de principais candidatos à conquista do Mundial 2010, já que a equipa das Quinas nunca ganhou “um campeonato destes”. Não se pense, no entanto, que o extremo não acredita que a selecção de Carlos Queiroz pode surpreender na competição da África do Sul. “Mas os que não são favoritos também podem ganhar campeonatos. Há que estar de consciência tranquila, fazer um bom trabalho, ter tempo para nos conhecermos. Tenho a certeza que vamos fazer uma boa equipa neste estágio”.
Qual é então, o segredo, para fazer uma grande Copa do Mundo? “O primeiro jogo vai ser a chave no grupo, crucial. Se ganharmos, 50 por cento do trabalho está feito. Devemos manter-nos fortes e concentrados e pensar apenas jogo a jogo”, respondeu o melhor jogador do Mundo da FIFA em 2008, que entende que apenas um conjunto muito forte pode levar Portugal a altos voos na África do Sul.
“Não basta ter dois ou três jogadores. Para uma equipa ganhar um Campeonato do Mundo não são propriamente os onze, mas sete ou oito a um nível muito bom. Vai ser assim com quem ganhar o Campeonato do Mundo", justificou o avançado, referindo, ainda, que Portugal não pode, nem deve, depender exclusivamente do seu talento: “Não jogo sozinho, não faço milagres. Se eu e a equipa estivemos bem, acredito que podemos ir o mais longe possível. O grupo só funciona com um coletivo muito forte”.
Tal como Deco já havia afirmado, também Cristiano Ronaldo entende que a actual selecção portuguesa pode estar a um nível superior do que a que, em 2006, chegou ao quarto lugar no Mundial da Alemanha. “Podemos não ter tanta experiência, mas a nível individual podemos ser melhores. Mas mais importante é o coletivo, a equipa funcionar bem, pois as individualidades dependem muito do jogo”, realçou Cristiano Ronaldo.
Quem também se juntou esta sexta-feira aos trabalhos da selecção foram os jogadores do FC Porto, Bruno Alves, Rolando e Raul Meireles, além do defesa do Málaga, Duda. Meireles, o jogador mais utilizado por Carlos Queiroz na fase de qualificação, defende que não se sente titular na equipa - “este é um novo ciclo”, justificou -, mas promete tudo fazer para ajudar a selecção a chegar “o mais longe possível”.
“Ir longe no mundial é ser campeão. Qualidade nós temos. Claro que há muitas seleções que também ambicionam o mesmo, mas se temos vontade e qualidade, com um bom trabalho podemos conseguir”, justificou Raul Meireles, que até considera positivo que Portugal não seja considerado favorito pelas outras selecções. “Toda a gente está a olhar para as seleções favoritas. Vamos fazer o nosso trabalho e fazê-lo bem”, finalizou o médio.